domingo, 13 de junho de 2010

Forever Young

Hoje eu estava num restaurante almoçando e, quando acabei de comer, fui para um lugar ensolarado porque estava frio. Sentei no alto de um daqueles brinquedos grandes com escorregador e fiquei lá. De lá pude observar três garotos, de mais ou menos uns sete anos, brincando. Um se pendurava nas escadas do brinquedo e eu outro dizia: "Isso qualquer um faz, até minha vó". Eles brincavam e corriam como se não houvesse nada melhor no mundo, e pra eles talvez realmente não houvesse.
Eu simplesmente não conseguia conter meu sorriso. Naquele momento a coisa que eu mais tive vontade de fazer foi de voltar aos 7 anos de idade, talvez até na forma de uma menino, pra poder me divertir junto com eles.
Eu parei pra pensar que quando você é criança, você não tem muitas preocupações: você precisa comer, dormir, fazer as necessidades fisiológicas e saber quanto é seis dividido por dois. Mas o resto do tempo você tem para assistir filmes, ler revistas em quadrinhos, brincar de carrinho/boneca/videogame, jogar futebol, desenhar, sair correndo pelado pela casa sem razão nenhuma, escalar árvores, modelar massinha. Você passa o dia inteiro sujando sua roupa, comendo coisas que não são comestíveis e tornando vivas coisas que não se mexem. E para seus colegas e amigos pouco importa a roupa que você usa, o brinquedo que você tem ou seu corte de cabelo.
Já na adolescência você tem que tirar boas notas, é obrigado conversar com pessoas chatas em uma festa pra não parecer anti-social, estar acima da média do padrão de beleza, arrumar o seu quarto, tentar ganhar seu próprio dinheiro. As pessoas ocupam seu tempo em julgar os outros e enquanto isso perder a própria dignidade.
Você não pode mais gostar de desenhos animados, revistas do Mauricio de Sousa e canetas coloridas. Não pode gostar de adesivos, carrinhos de controle remoto, desenhos japoneses e de brincar de esconde-esconde.
Enfiam letras na sua matemática, saias que mais parecem cintos no seu corpo e comprimidos pra emagrecer na sua goela abaixo. Te ditam regras de como se comportar, de como seduzir, de como se vestir e uma lista de coisas pra fazer antes dos 30.
Depois eis que me aparece um quarto garoto, e depois de muito me olhar pergunta minha idade. "16", eu respondo. "NU! E você está nesse brinquedo?"

Fazer o quê, né? Pra mim, a melhor parte de ser adolescente é ser uma criança feliz e não ligar pro que os outros pensam.



É por isso que eu dedico esse post à Paty e o Lloyd, minhas crianças felizes.

4 comentários:

  1. aaah, que graça! ganhei até dedicação...
    Realmente, ser criança é a melhor coisa do mundo, quanto mais a gente cresce mais chata a vida fica. talvez porque nós nos tornamos capazes de ver o lado negro do mundo, que é invisível ao olhar inocente das crianças.

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  2. nu Ju, voce escreve muuito bem
    e eu concordo com seu texto =/

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  3. quero meus joelhos ralados de novo, as roupas sempre sujas de tinta, as unhas sujas, os brinquedos quebrados e as risadas abafadas num pique-esconde. queria viver na Terra do Nunca. (bem escrito pra caramba, tiro meu chapéu.)

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  4. Pois é, que saudaaade da infãcia :/
    obrigada :D :D

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Finge que você é uma porta e se abre comigo! Eu gosto de saber o que você acha.