sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014



Eu acho que de certa forma eu posso dizer que 2014 foi o ano da minha vida.
Briguei e tive momentos tensos com duas pessoas que eu amo? Sim. Mas não durou muito tempo, a gente se entendeu e tudo ficou bem (na medida do possível).
Tive uma crise de ansiedade no pior lugar possível que isso poderia acontecer? Tive. Mas venho tratando dela desde 2013 (quando eu descobri que tenho) e pela primeira vez eu senti que consegui me acalmar sozinha.
Precisei de prova especial pela primeira vez na minha vida? Sim. Fiquei com um cagaço que não me deixou dormir direito por uns 4, 5 dias? Fiquei. Mas passei. E aprendi que não devo procrastinar (claro Xulia, keep telling yourself that)
Porque eu comecei o post assim? Porque essas foram as principais coisas ruins que me aconteceram em 2014, e começar falando delas é tipo me “livrar” delas mais rápido. Foram poucas, como vocês podem perceber.
Porque fora isso, eu passei por momentos muito legais, e pensando bem a frase que eu uso pra descrever minha vida (“Julia’s not so wild life/a vida nada selvagem”) pode acabar não servindo mais.
Pra vocês terem uma idéia, em 2014 eu conheci junto com uma melhor amiga o roteirista de uma das minhas série preferidas. Comecei a gravar vídeos pro YouTube, um passo pra me livrar dos restinhos de timidez que eu tenho, e fiz um sucesso considerável entre meus amigos (que fizeram questão de transformar minha cara em meme). Participei da execução de um documentário que foi parar em vários festivais (até em Berlim Betim). Fiquei amiga de uma travesti de dois metros de altura (que eu, como sempre, achava que não iria com a cara, só por ter que dividir um melhor amigo com ela, e como sempre estava enganada). Acompanhei um curta de romance independente brasileiro fofíssimo sobre dois jovens gays (um deles deficiente visual) se descobrindo e se apaixonando virar um longa e adquirir proporções estratosféricas (ganhar os corações de milhões ao redor do mundo e quase concorrer ao Oscar, por exemplo). Fiquei amiga de pessoas pela internet pela primeira vez e logo de um grupo que, apesar do lema “you can’t sit with us”, são “the nicest people you’ll ever meet”. Fui ao show da minha banda preferida (e consequentemente vi Dan Reynolds tocar seu tamborzão) com duas das minhas melhores e mais antigas amigas e me diverti como se não houvesse amanhã. Me apaixonei por quatro séries novas, todas as quatro com mulheres maravilhosas no comando (Parks and Recreation, The Mindy Project, Orphan Black e My Mad Fat Diary – Amy Poehler/Leslie Knope, Mindy Lahiri/Kaling, as 12 clones/Tatiana Maslany e Rae Earl, respectivamente). Consegui finalmente, depois de três anos, comparecer (de graça, importante ressaltar) ao Campeonato de Wakeboard na Lagoa dos Ingleses com as melhores companhias. Consumi um número copioso de porcarias (alimentícias e televisivas) e compartilhei um milhão de histórias com a melhor roomie do mundo. Quase morri do coração duas vezes durante jogos da copa, mas em um deles pelo menos tinha guacamole e muita piña colada feitas em casa. Fui descarregar as zicas com um melhor amigo no Rio de Janeiro (aka botar a Slut & The Falcon World Tour™ na estrada). Vi no cinema o melhor filme de super-heróis de todos os tempos (Guardiões da Galáxia) e dancei o Awesome Mix Vol. 1 como se eu fosse o Groot. Tive mais um aniversário com menos comemorações do que eu gostaria, mas com videogame novo, que inclusive fez de mim uma pessoa mais (hiper)ativa e dançante. Saí do meu covil transformada em criatura da noite pra acabar com umas vidas e uns corações na primeira festa à fantasia de verdade que eu já compareci. Participei mais uma vez de uma campanha maravilhosa contra a intolerância e o preconceito. Fiquei amiga de gente que eu não gostava muito antes. Vivi o dia que foi de longe o mais nonsense da minha vida, numa boate ao meio-dia de terça feira, em posse de baseados de orégano enrolados em páginas da bíblia. Me identifiquei mais do que nunca como femininja feminista, esquerdopata e petralha, e dediquei parte da minha vida (dentro e fora da internet) à contribuir na destruição do patriarcado, homofobia, racismo, uso do sapatênis e todas as psicodelias argumentativas. Vi a Juliana perder o óculos e engasguei de tanto rir, e também fui muito feliz com a minha escolha. Adquiri finalmente um apelido legal e não-óbvio: Xulia, Xoolia, Xöoleam e suas variações (mindexa, isso é importante pra mim ok, Ju/Juju já tava ficando chato). Conheci as pessoas mais legais da internet, que são viciadas em print, não aceitam bbks e doram brejas (mas pinto não pode). Vi outra das minhas bandas preferidas ao vivo, com minha mais nova amiga e sua irmã, dessa vez quase LAMBENDO O SUOR DO BRENDON URIE PUTA QUE PARIU encostada na grade. Peguei um avião completamente sozinha pra visitar meu pai na Europa, onde eu vi dois musicais da Broadway maravilhosos, visitei 221B Baker Street (nada menos que a residência dos meus detetives consultores preferidos), até faixa de pedestre eu visitei (pra vocês verem como Londres é desenvolvida, né gente, até faixa tem), aprendi história da medicina, passei frio e encontrei minhas amigas de infância na Alemanha (coisa que a gente nunca acreditaria se voltássemos 12 anos no tempo pra contar), fui Wednesday Addams por um dia, passeei completamente sozinha numa cidade que eu não conhecia (incluindo pegar ônibus e não descer no lugar errado \o/) e vi com meus próprios olhos e senti no meu coração que Hogwarts está mesmo sempre pronta pra te receber. Pude ver minha candidata à presidente, Dilmãe coração valente, ganhar as eleições, e as lágrimas de sangue derramadas pelos coxinhas em seguida. Comprei um saco de confeitar e me saí eximiamente bem logo de primeira. Assisti um dos meus filmes preferidos ao ar livre debaixo da chuva, cantei minha música preferida da infância (He-Man) à plenos pulmões em uma balada e ganhei o fone de ouvido mais maravilhoso da face da terra em um jogo tipo SongPop. Atingi 2000 posts no instagram e 18000 (!!!) no tumblr. Tive os melhores e mais loucos natais da face da terra, com os amigos e com a família. E por último, só pra mostrar que 2014 foi o melhor ano possível, encontrei um ser humano no meio desse Texas que já é a primeira garantia de que 2015 vai ser melhor ainda .
Esse ano eu saí de vez do meu casulo. Fui eu mesma e fui feliz. Me amei mais do que amo qualquer pessoa e finalmente aprendi a me valorizar do jeito que eu mereço. Tenho mais amigos que posso contar nos dedos (isso é impressionante apenas pelo fato de que 3 anos atrás meus melhores amigos eram CINCO), amigos que me amam, se importam comigo e tiram tempo pra me ouvir mesmo nos momentos mais ocupados e/ou nos fusos horários mais estranhos e o mais importante: SÃO TÃO IDIOTAS QUANTO EU (acho que minha cota de trocadilhos ruins estourou mais ou menos em Abril. De 2013). Ao longo do ano, além de tudo isso, eu acompanhei de perto o sucesso de todos. AMO VOCÊS!
Eu não gosto muito de fazer promessas e metas pros anos que vem mas só digo que nesse próximo vocês terão que me engolir falando baboseiras no YouTube ainda mais (porque eu não posso perder tempo, já quero estar recebendo jabá de marca de chocolate logo no meio do ano, pfvr)
E se eu posso dar um conselho pra vocês pra 2015 é: não aceitem pessoas e nem coisas “mais ou menos” na vida de vocês. Se não for legal, abandone. Faça coisas boas por si mesmo. Come um churros antes do almoço porque você merece. Diz que tá doente pra poder ficar em casa dormindo um dia. Faz maratona de desenho animado no Netflix. Toma uma colher de açúcar pra ajudar o remédio a descer.
E pra quem não quis ler tudo, o resumo e o lema do ano é: ¯\_()_/¯